Blog sobre Arqueologia no vale do rio Itapocu. Criado com a finalidade de estudar e preservar o material arqueológico existente na região que abrange todo o vale do rio Itapocu, incluíndo a catalogação e conservação de acervos particulares e sítios arqueológicos ainda existentes (cerâmico, lítico, abrigo sob rocha, etc...). Todas as peças fotografadas neste blog (não foram usados escalas), são em sua maioria oríundas de descobertas aleatórias e fortuitas de seus detentores. Com este trabalho, se pretende criar em breve um Museu de Arqueologia do Vale do Itapocu pra preservar a história dos primeiros habitantes da nossa região (Homem do Sambaqui, Itararés e Guaranis). A comercialização de qualquer material arqueológico no Brasil caracteriza crime previsto em lei. Esta pesquisa será incluída no documentário e livro: Redescobrindo o Itapocu.

Observações: O idealizador deste blog e sua pesquisa sobre arqueologia não tem vínculos com órgãos públicos reguladores e fiscalizadores (FUNAI, IPHAN), instituições acadêmicas e também não participa de qualquer grupo ativista e político indigenista!

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Visite tambem o blog:
Caminho do Peabiru - Ramal Santa Catarina

Proposta da criação de um Museu de Arqueologia do vale do Itapocu no colegiado de cultura da AMVALI.

Proposta da criação de um Museu de Arqueologia do vale do Itapocu no novo colegiado de cultura da AMVALI (Associação dos Municípios do Vale do Itapocu) no último dia 04 de abril de 2017. Link de acesso a matéria na imagem da foto.

Programa Cidade em Ação (06/07/2016) - TV Cidade de Joinville / SC.

Redescobrindo o Itapocu - Documentário Completo

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Acervo particular do Sr. Loreno em Jaraguá do Sul - SC.


Datação da peças: Desconhecida

Tradição: Itararé

Este acervo particular se encontra dentro do estabelecimento comercial e residência do Sr. Loreno que fica na localidade de Nova Brasília em Jaraguá do Sul - SC. No local foram encontrados há muitos anos atrás pelo seu avô durante o arado a poucos centímetros do solo e pelo neto e atual detentor algumas peças líticas durante a construção de seu atelier. Ele comentou também que sua família fez uma considerável doação anos atrás de materiais líticos que foram encontrados em sua propriedade e imediações de sua propriedade para o Museu Paranaense em Curitiba-PR. Por haver descaracterização física do local onde foram encontrados estes materiais líticos, fica difícil afirmar se o mesmo poderia ter sido um sítio lítico ou apenas de acampamento temporário. Dentre os artefatos que atualmente restaram, se encontram alguns raspadores e lascas trabalhadas de diversos tamanhos de arenito, um cavador de terras de arenito, um amolador de machados de pedra de granito e uma ponta de lança de granito. Uma curiosidade histórica que seu Loreno conta é que próximo dali cerca de 100 anos atrás, seu avô que adquiriu esta propriedade na qual nem existia picadão, contava da fumaça criada no acampamento temporário de índios botocudos no cume do morro que fica defronte a sua propriedade, local conhecido antigamente como "morro do Bruns" e também "morro da antena retransmissora da rádio Jaraguá" e atualmente como "morro do Kohlbach e também "morro do Konell". Existem relatos que na década de 60 do século passado foram encontrados de forma dispersa neste morro algumas pontas de flecha.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Acervo do Museu Municipal Carlos Lampe em Rio Negrinho - SC.


Datação das peças: Desconhecida

Tradições: Homem do Sambaqui e Itararé

O museu municipal Carlos Lampe fica na rua Carlos Weber, número 150, centro da cidade de Rio Negrinho. O mesmo foi inaugurado em 1980 e desde então vem mostrando um pouco da história desta cidade através do seu acervo colonial, geológico e arqueológico. Em relação aos materiais líticos, o museu possui numa sala algumas mãos de pilão de granito e basalto, pequenas machadinhas de pedra de granito (algumas com tacapes), alguns fragmentos (cacos) de cerâmica, uma mesa de pedra que era usada para polir machados de pedra, partes de ossadas humanas encontradas no interior do município num cemitério indígena há muitos anos atrás que fica cerca de 50 quilômetros da cidade na localidade de Cerro Azul (conhecido arqueologicamente como "abrigo Rückl ou Rückel)" e uma pedra de basalto com inscrições rupestres nas quatro faces que foi comprada pelo museu desde sua inauguração e sua origem é um pouco remota e misteriosa, pois o pouco que se sabe sobre esta pedra é que a mesma teria sido encontrada no estado do Paraná entre o litoral e a serra do mar (conhecido antigamente como "Serra da Prata"), num ponto aproximado entre as cidades de Guaratuba e São José dos Pinhais. Esta pedra é mencionada no livro "Peabiru - Os Incas no Brasil" do autor Luiz Galdino. A maioria da peças líticas foram encontradas no interior do município, sendo que outras foram encontradas em São Bento do Sul –SC e Agudos do Sul - PR e demais utensílios indígenas são originárias da tribo Pacas Novas (Pacaás Novos no estado de Rondônia).

terça-feira, 22 de abril de 2014

Acervo do Museu Sto Lat em Campo Alegre - SC.


Datação das peças: Desconhecida

Tradição: Itararé

A nova sede do museu Sto Lat ("cem anos" na língua polaca), fica atualmente na rua Alcides Medeiros Correia, número 296, na localidade de Bateias de Baixo e fica pouco mais de 15 quilômetros do centro da cidade de Campo Alegre-SC. O acesso até o museu se dá entre a bifurcação da rodovia SC-418 (antiga SC-301) com a rodovia SC-110 (Leopoldo Grosskopf) até chegar a localidade de Bateias de Baixo. Este museu que foi criado por iniciativa de alguns moradores daquela localidade cerca de 10 anos atrás, é um dos poucos da região norte e nordeste do estado de Santa Catarina onde se dedica a contar a história da colonização dos primeiros imigrantes de origem polaca que povoaram a região de Campo Alegre e imediações no final do século XIX e início do século XX.
Entre os mais diversos acervos coloniais e outras peças que se encontra neste museu, o mesmo possui um espaço dedicado a materiais líticos encontrados e doados por moradores da região de Bateias de Baixo e também de outras localidades da cidade de Campo Alegre como, por exemplo, machados de pedra de arenito (alguns destes com tacapes), mãos de pilão de granito e arenito, cavadores de terra de arenito, algumas pontas de flecha de quartzo e calcedônia e alguns fragmentos de cerâmica.
O museu fica aberto o dia inteiro pra visitação apenas no último domingo de cada mês a partir das 09 horas até as 17 horas.
Para agendar previamente uma visita nos demais dias, tem que ligar com antecedência com a responsável do museu que é a dona Eulália nos telefones: (47) 3632-7053 ou (47) 3632-7061.
Duas curiosidades sobre os estudos sobre arqueologia na cidade de Campo Alegre.
A primeira curiosidade arqueológica seria uma suposta gravura feita no lajeado de uma pedra atribuído aos índios que habitavam a região e chamado popularmente pelos moradores de Bateias de Baixo com o nome de "pé de índio". O local fica numa propriedade particular e fica no lado esquerdo de um ribeirão onde foi construído na década de 30 do século XX uma pequena represa (atualmente desativada).
A segunda curiosidade arqueológica é um trabalho acadêmico feito alguns quilômetros do centro de Campo Alegre onde foram encontrados abrigos ou estruturas subterrâneas, conhecidos popularmente como "buracos de bugre". Este levantamento arqueológico se encontra gratuitamente disponível pra visualização no link abaixo:

Discussão sobre a ocorrência de estruturas subterrâneas no alto vale do rio Negro, planalto norte de Santa Catarina

quinta-feira, 27 de março de 2014

Acervo do Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann em São Bento do Sul - SC.


Datação das peças: Desconhecida

Tradições: Itararé e Guarani

O museu natural entomológico Ornith Bollmann de São Bento do Sul que fica no bairro Oxford, defronte ao trevo da rodovia SC-418 (antiga SC-301) na altura do Km 59 que dá acesso a localidade de Mato Preto (SC-420 ou Rodovia dos Móveis), tem como principal exposição museológica um considerado acervo de insetos e demais invertebrados, além de um espaço de taxidermia (animais empalhados encontrados na região como felinos e répteis, por exemplo), materiais geológicos (cristais e madeiras petrificadas), além de materiais arqueológicos que foram cedidos pelo museu municipal doutor Felippe Maria Wolff também de São Bento do Sul para serem expostos neste museu. No acervo, se encontram algumas mãos de pilão polidas de granito, arenito e basalto, algumas pontas de flecha de quartzo leitoso e granito, dois machados de pedra de granito, uma lasca de pedra trabalhada, uma ponta de projétil romba ou virote de granito que servia pra abater pássaros e também colher frutos. Estas peças são oriundas de cidades catarinenses próximas de São Bento do Sul como Rio Negrinho, Mafra, Campo Alegre e também da cidade paranaense de Agudos do Sul.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Acervo particular do Sr. Carlos em Corupá - SC.


Datação das peças: Desconhecida

Tradições: Itararé e Guarani

Este acervo particular se encontra com o Sr. Carlos que mora no centro de Corupá - SC. O mesmo adquiriu estas peças em decorrência da sua atividade profissional quando o mesmo exercia alguns anos atrás antes de se aposentar em algumas localidades da cidade, sendo que as maior parte de seu acervo foram doados por moradores residentes nas localidades de Bonpland, Caminho Pequeno e Seminário. Se encontram no acervo um cachimbo de argila (Petynguá), um pequeno pote de cerâmica liso e fraturado, pequenos fragmentos de cerâmica, algumas pontas de flecha de quartzo cristalizado, leitoso e granito, duas pontas de lança de quartzo, alguns machados de pedra de granito e arenito (sendo que alguns se encontram fragmentados), uma mão de pilão de granito e dois amoladores de arenito. Sobre o cachimbo de argila (Petynguá), o Sr. Carlos comentou que esta peça foi encontrada por um terceiro que lhe doou esta peça no final da década de 70 do século passado não muito distante da margem direita do rio Itapocu, (pouco abaixo das confluências dos rios Novo e Humboldt) numa propriedade particular em decorrência da terraplanagem para a construção de uma residência.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Acervo particular do Sr. Maickon em São Bento do Sul - SC.


Datação das peças: Desconhecida

Tradição: Itararé

Este grande acervo particular se encontra com o Sr. Maickon que mora na localidade de Rio Ano Bom em São Bento do Sul – SC (acesso via Corupá – SC). O mesmo adquiriu a maioria destas peças na mesma localidade onde reside em decorrência de sua atividade profissional. Algumas peças líticas foram encontradas nas imediações da propriedade de sua família, porém, não foi possível avaliar se o local poderia se tratar de um possível sítio lítico ou acampamento temporário (em decorrência da caça). O mesmo possui aproximadamente 70 pontas de flecha das mais variadas formas e tamanhos (confeccionados em granito, quartzo leitoso, quartzo cristalizado e calcedônia), uma ponta de lança, pequenos fragmentos de cerâmica e alguns machados de pedra (um destes se encontra fragmentado) confeccionados em granito, arenito e diabásio (este último foram trabalhados sulcos ou pequenos cavacos nas bordas), além de um cavador de terra feito de arenito.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Acervo particular do Sr. José (Cacá) em Barra Velha - SC.


Datação das peças: Desconhecida

Tradição: Homem do Sambaqui

Este pequeno acervo particular se encontra com o Sr. José (vulgo Cacá), que mora na localidade de Itajuba em Barra Velha - SC. O mesmo (que é renomado historiador da cidade) adquiriu estas peças na região através de doações esporádicas feitas por moradores da região ou achadas fortuitamente pelo próprio. Antigamente ele tinha outras peças líticas e atualmente possui apenas dois artefatos comprovadamente utilizados pelo Homem do Sambaqui, sendo que a primeira é um machado de pedra de arenito que foi doado por um morador na região de Coqueiros em Araquari, onde o mesmo a encontrou próximo de um sambaqui costeiro na micro bacia hidrográfica do rio Perequê que deságua diretamente no canal do linguado (próximo da boca da barra em Barra do Sul) não fazendo parte arqueologicamente falando da bacia hidrográfica do vale do rio Itapocu. O outro artefato vem de um osso do canal auditivo da baleia (provavelmente da espécie jubarte) chamado de "bula timpânica". Esta última peça tem num dos lados um abrasamento (desgaste artificial) onde servia como ferramenta pra afiar outros utensílios feitos de ossos. Uma curiosidade mostrada gentilmente pelo historiador de Barra Velha foi um local próximo de sua casa na foz do rio Itajuba com o mar onde teria restos de um provável sambaqui costeiro ainda não catalogado. O Cacá foi uma testemunha ocular da história quando me contou que presenciou o arqueólogo e padre João Alfredo Rohr fazendo um levantamento do sítio de sepultamento raso da tradição Itararé na ilha do Grant em Barra Velha entre as décadas de 70 e começo de 80.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Acervo particular do Sr. Alvin em São Bento do Sul - SC.


Datação da peça: Desconhecida

Tradição: Itararé

Este pequeno acervo particular se encontra com o Sr. Alvin que mora no início da tifa ou estrada do Saco (Sacstrasse em alemão) na localidade de Sertãozinho Baixo (continuação da Estrada dos Bugres) em São Bento do Sul - SC. O mesmo adquiriu esta peça nas imediações de sua propriedade há muitos anos atrás quando encontrou fortuitamente uma ponta de lança de granito (infelizmente esta peça se encontra na foto parcialmente tingida parcialmente na cor verde), um prato redondo de pedra feito de concreção (solidificação e, ou polimento) natural e um machado de pedra. Porém, estas duas últimas peças líticas não foi possível catalogá-las de momento. Seu parente próximo (primo) que mora perto de sua propriedade na mesma localidade, comentou que seus falecidos pais também encontraram em diferentes pontos de sua propriedade duas pontas de flecha, mas que infelizmente o mesmo não conseguiu localizar de momento estas peças para catalogação. Segundo seu Alvin, os moradores antigos diziam que nesta área, os índios botocudos costumavam caçar pelas imediações, pois deixavam vestígios (pequenas trilhas) de sua presença até a chegada dos primeiros colonizadores nesta localidade no início do século XX. Em decorrência destas peças ter sido encontradas em diferentes locais, tudo indica que ali era uma área usada comumente para caça, sendo pouco provável haver algum sítio lítico nas imediações das confluência dos braços do ribeirão Sertaozinho Baixo, ribeirão Pato Tonto e Hennstrasse (estrada das Galinhas) ou Ameisenstrasse (estrada da Formiguinha), todas fazendo parte da localidade da Estradas dos Bugres.
Coincidência ou não, o local onde foi encontrada fortuitamente esta ponta de lança e demais peças líticas mencionadas (não catalogadas), coincide na melhor topografia do vale do rio Itapocu com o provável itinerário do caminho do Peabiru na metade da subida da serra do mar na cidade de São Bento do Sul - SC